O que Jesus pregou?
O Novo Testamento começa com o relato de quatro evangelistas sobre a vida e o ministério terreno de Jesus. Os três primeiros: Mateus, Marcos e Lucas, contam de forma semelhante o que Jesus fez e ensinou; João por sua vez, traz uma narrativa um pouco diferente dos demais. Mas os quatro evangelhos, são afinal, a principal fonte que temos para estudar a respeito do que Jesus pregou durante os anos em que viveu em carne entre os homens.
Quando fazemos a pergunta: “ O que Jesus pregou?” Obrigatoriamente nos voltamos para os evangelhos em busca de uma resposta. Saber exatamente qual foi a pregação de Cristo durante seu ministério, é de vital importância para que a igreja se mantenha dentro do propósito para a qual foi edificada. Não queremos saber aqui, o que os homens pensam, ou o que as religiões dizem sobre o assunto; tão pouco, estamos interessados em filosofias humanas, nem em suposições desta ou daquela frente teológica. Queremos saber apenas qual foi a pregação que regeu o ministério de Jesus o filho de Deus.
Antes que Jesus iniciasse oficialmente seu ministério terreno, foi precedido pelo ministério profético de João Batista, “a voz do que clama no deserto”. João pregava um batismo de arrependimento para o perdão dos pecados (Mc 1:4). Após ser batizado por João no rio Jordão, Jesus foi para o deserto para ser tentado pelo diabo; ao retornar, após uma vitória contra o tentador, inicia a sua pregação: Daí em diante Jesus começou a pregar: “Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo” (Mt 4:17). A tônica da pregação de Jesus era o arrependimento dos pecados e a aproximação do Reino de Deus.
Mas é interessante notar que, antes de iniciar sua pregação, Jesus foi levado pelo Espírito de Deus ao deserto para ser “tentado”. O que significa realmente esse episódio da vida do Cristo? Ao sair da água, após ser batizado por João, Jesus recebeu a aprovação do Pai ao descer sobre Ele o Espírito Santo, e ao ouvir a voz do Pai dizendo: “Este é o meu filho amado em quem me alegro”. Porque o deserto? Qual a finalidade de ser tentado ou provado? Podemos talvez conseguir uma resposta para essas indagações ao analisarmos a natureza das tentações que Jesus sofreu no deserto:
A primeira tentação foi concernente à fome que Jesus estava sentindo após jejuar por tantos dias. Transformar pedras em pães para saciar sua fome, envolveria usar o poder sobrenatural para resolver questões de necessidades humanas. A segunda tentação dizia respeito à conquistar aprovação dos homens e fama através de milagres e manifestações do poder de Deus. Já a terceira tentação, envolvia ceder aos caprichos de Satanás e adorá-lo para receber poder e autoridade sobre os povos.
Antes de iniciar o seu ministério entre os homens, Jesus precisou resolver algumas questões no deserto. O sucesso de seu ministério dependia de que algumas coisas fossem acertadas antes:
- Primeira: Ele não se apropriaria do poder de Deus para satisfazer suas necessidades próprias.
- Segunda: Ele não usaria seus dons para se tornar famoso e admirado pelos homens.
- Terceira: Ele não cederia aos caprichos de Satanás e não se venderia para obter poder e autoridade.
São essas algumas lições que a igreja de Jesus precisa aprender antes de iniciar um ministério. Infelizmente, o evangelho hoje se tornou fonte de lucro e comércio entre os homens. Muitos nomes tem se promovido às custas do evangelho e muitos “homens de Deus” estão enriquecendo sobremaneira. A fama e a tal prosperidade tão anunciada nos púlpitos, não lembram em nada a pregação de Jesus. Quantas vezes, se ouve nos púlpitos de nossas igrejas sobre determinar, dar ordem, chamar a existência coisas materiais. Aquilo que deveria ser conquistado com o trabalho honesto e a boa administração de um bom mordomo das coisas de Deus, e não através de milagres e por que não dizer até “magias”.
Quantas pessoas vêem para o evangelho, convencidas por uma propaganda criada para iludir os menos favorecidos, de que todos os seus problemas serão resolvidos milagrosamente e de que suas necessidades serão supridas por participar dessa ou daquela campanha. Se tornam pessoas decepcionadas com Deus e com o evangelho ao perceberem que foram enganadas, e mesmo depois de darem tudo o que tinham, não receberam as tão prometidas “bênçãos sem fim”.
Nossas igrejas tem recebido cada vez mais, pessoas que tomam os púlpitos para contarem testemunhos fantasiosos, que não passam de mentiras e vãs ilusões. Testemunhos esses, que pouco tempo depois, são desmascarados e desacreditados para a tristeza e decepção de muitos; pois acreditaram no “servo de Deus”, que na verdade era mesmo “servo do pai da mentira”. Ministros cedendo aos caprichos de Satanás para obterem fama e prestígio entre os homens. Antes, esses tivessem passado pelo deserto como Jesus, para acertar algumas coisinhas com o diabo antes de iniciar o seu ministério.
O que foi mesmo que Jesus pregou?
Pr. Valdir
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